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E um livro de Auto Ajuda... Eu que sempre falo que não gosto. rs
Não me lembro o que me fez querer esse livro. Eu o peguei no Kindle Unlimited provavelmente no meio do ano passado. Acho que era o livro pra eu ler no celular quando não estivesse com o Kindle em mãos ou algo assim, mas acabei me esquecendo dele.

Todo começo de ano a gente fica com medo de ler um livro ruim ou um livro que a gente acaba abandonando. Como eu já sabia que esse era um livro de leitura fácil e que eu não abandonaria, resolvi começar o ano com ele. E funcionou.

Apesar de eu sempre reclamar de livro de Auto Ajuda eu gostei desse daqui. No livro William H. Mcraven conta momentos dele nos Seals, seus acidentes e principalmente seu treinamento.
No começo eu fiquei "Ok, que nome de livro é esse? Como arrumar a minha cama vai fazer alguma diferença na minha vida?" Achei que o livro não ia me acrescentar em muito, mas valeu a leitura.

Como falei, não sou de gostar de livro de Auto Ajuda, mas geralmente quando eles me agradam eles costumam falar aquelas coisas que lá no fundo você já sabe, mas precisava ouvir. Porque querendo ou não, você já ouviu os conselhos que você acaba lendo sobre nesses livro, mas às vezes eles aparecem no momento perfeito. E foi assim.

É um livro sincero, de autos e baixos e como passar por esses baixos. De como pequenas coisas, como arrumar a cama pela manhã passam a ser tarefas que completamos, por mais simples que elas possam parecer. 

Ele conta que quando algum dos alunos dos Seals falhava em algum exercício eles tinham que se jogar no mar, depois se jogar de cara na areia e rolar até que estivessem completamente cobertos de areia. Que essa era a coisa mais incômoda porque em todo o resto do treinamento eles tinham que permanecer como um 'empanado de areia'.


Às vezes, por mais que você se prepare ou por melhor que seja seu desempenho, você vai acabar como um empanado de areia. Assim é a vida.

Gosto dessa citação que coloquei aqui em cima. Ok, eu sei que ela não é das mais encorajadoras, mas essa é uma das coisas que eu gosto nesse livro. Não, nem tudo são flores e nunca vai ser. Às vezes você vai acabar como um empanado de areia, a vida é assim. O que isso não significa é que seja um motivo pra desistir. Então gosto dessa citação e de algumas outras porque acima de tudo ela é sincera. Mas calma, é um livro de Auto Ajuda certo?! Então ele vai dar várias encorajadas em vários momentos do livro. E são coisas que valem mesmo a pena, diferente daqueles livros do mesmo gênero que me deixam doidas com "a vida pode ser puro algodão doce se você quiser" Eca! rs Ele é mais "vida real" digamos. 

Sim, às vezes podemos lutar muito por algo e acabar como um empanado de areia, mas isso não significa que devemos desistir do que queremos ou ir atrás com menos vontade. Pelo contrário, isso só foi um oportunidade para aprender e se dedicar ainda mais.

Se enchermos nossos dias com autopiedade, tristeza pela maneira como fomos tratados, lamentando nossa sorte na vida, culpando alguém ou alguma coisa por nossas circunstâncias, a vida será longa e difícil. Se, por outro lado, nos recusarmos a desistir de nossos sonhos, nos mantivermos firmes e fortes diante das adversidades, então a vida será o que fizermos dela, e podemos fazê-la grandiosa.

Esse é um livro de auto ajuda diferente dos que li anteriormente. Não é "a vida é algodão doce" mas a realidade do que pode acontecer e do que cada coisa pode significar.

Então temos um livro de Auto Ajuda que eu indico. Ler me fez bem e acho que pode fazer o mesmo por vocês. Tentem. Eles é de graça pra assinantes do Kindle Unlimited.

Até mais. :)
✩✩✩✩
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Título: Gandhi, Sua Vida e Sua Mensagem Para o Mundo - Biografia
Autor: Louis Fischer
Editora: Círculo do Livro


Sobre o Autor

Louis Fischer era um jornalista americano, que esteve com Gandhi em dois momentos de sua vida. Um grande interessado em política, escreveu também uma biografia de Lênin, que lhe valeu o National Book Award dos Estados Unidos.
Ele nasceu e 1896, na Filadélfia, formou-se em pedagogia em 1916, e logo em seguida alistou-se como voluntário na causa israelense pela reconquista de Jerusalém. Foi o primeiro americano a apresentar-se para lutar na Guerra Civil Espanhola pela causa republicana, juntando-se à Brigada Internacional. O pacto entre a Alemanha e a União Soviética, em 1939, e a invasão da Finlândia pelo exército russo foram o ponto final de suas esperanças revolucionárias.
Retornou, depois, para os Estados Unidos, mas suas viagens pelo mundo continuaram. A Índia passou a ocupar todas as suas atenções, e Fischer se tornou um grande admirador do Mahatma Gandhi, que conheceu em 1942. Desse primeiro encontro e experiência, ele escreveu o livro “Gandhi, sua vida e mensagem para o mundo”, publicado pela primeira vez em 1952. Do qual originou-se o filme “Gandhi” de 1982, que recebeu vários Oscars (pretendo falar sobre o filme depois aqui). Ainda antes dessa biografia, que vou falar hoje, Fischer lançou uma outra chamada “The life of Mahatma Gandhi” em 1950.
Fischer proferiu inúmeras conferências sobre questões internacionais e foi professor da Woodrow Wilson School, da Universidade de Princeton.
Morreu em 15, de janeiro de 1970, deixando uma vasta obra, das quais se destacam sua autobiografia “Men and politics” (1941), e “Fifty years of soviet communism, an appraisal” (1968).


O Livro

Quando comecei a ler esse livro, tinha acabado de ler a Autobiografia de Gandhi (confira o post). Estão, já estava bem familiarizada com toda a história conforme a leitura desse livro fluía.
Todos sabemos quem foi Gandhi. Sabemos que ele lutava pela independência da Índia das mãos da Inglaterra e que ele pregava a não-violência. Mas ler sobre os ideais de alguém e ler sua (auto)biografia, são duas coisas bem diferentes.
Quando lemos sobre os ideais dele, eles parecem quase perfeitos. A sua luta pela liberdade dos país, a sua forma de protestar sem violência, a pregação do amor e a busca pela verdade parecem coisas muito bonitas. Mas não é bem assim.
Sendo sincera, ler a biografia dele me deixou bem irritada. Já tinha me sentido um pouco assim durante a leitura da Autobiografia. Mas quando escrevemos sobre nós mesmos sempre podemos suavizar, e foi exatamente isso que ele fez. Já nessa Biografia, as coisas estão mais nuas e cruas e vemos acontecimentos de estranhos a muito feios.
Vamos começar por um estranho:
“As ideia de Gandhi sobre a educação mista eram flagrantemente contrárias às convencionais. Ele encorajava os meninos e as meninas, entre os quais já se contavam alguns adolescentes, a banhar-se juntos, na fonte. Para garantia das meninas, ele estava sempre presente, e ‘meus olhos seguiam as meninas, como os olhos de uma mãe seguem uma filha’. Não há dúvidas de que os olhos dos meninos também as seguiam. À noite, todos dormiam num terraço aberto, e um grupo ais jovem punha suas camas ao redor de Gandhi. Os ‘lugares de dormir’ ficavam apenas a pouco mais de meio metro um do outro; mas Gandhi dizia que os jovens sabiam que ele os amava com ‘amor de mãe’; ademais, não havia ele ensinado, a esses jovens, o auto comedimento¿
Como era inevitável, houve um incidente, em que se viam implicados uma menina e dois meninos; em consequência, Gandhi andou em busca de um recurso destinado ‘a esterilizar os olhos pecadores’ dos garotos. A busca manteve-o acordado a noite inteira, mas pela manhã já o havia encontrado: pediu à menina que raspasse a cabeça. Ela se mostrou surpresa e ressentida; mas ele foi implacável, e ela finalmente concordou. Ele procedeu a raspagem. ”
Pag. 62

A parte final, onde Gandhi, para fazer com que os garotos se comportem tenta deixar a garota menos atraente ao invés de controlar os garotos, é bem absurda, mas até pouco tempo atrás (muitas vezes até hoje em dia) era normal culpar, ou punir a garota pelos desejos dos garotos.
Mas meninos e meninas se banhando juntos e dormindo sempre juntos, com ele presente o tempo todo é no mínimo suspeito. Por mais que você crie ensinando o autocontrole, colocar adolescentes em situações como essa é só atiçar um fogo que já é bem alto, digamos assim. Além disso, essa história de ele ficar assistindo as meninas tomando banho me pareceu no mínimo, muito errada.
Uma coisa que Gandhi não cita na sua Autobiografia, mas Fischer cita aqui é a grande quantidade de pessoas que se feriram ou morreram para que as “lutas” de Gandhi prosseguissem e tivessem algum tipo de efeito. (A próxima citação é longa, mas vale a pena.)
“Vários dias antes de sua prisão, Gandhi informara o vice-rei de que ‘se Deus quiser’ ele e alguns companheiros fariam um reide contra as salinas de Dharsana, cerca de duzentos e trinta quilômetros ao norte de Bombaim. Deus – ao que se averiguou posteriormente – não quis. A sra. Surojini Naidu, a poetisa, substituiu-o, como chefe da incursão. Antes de iniciar o reide, a sra.Naidu advertiu a todos que seriam empancados, ‘mas’, disse ela, ‘não deveriam opor resistência; não deveis erguer sequer uma das mãos, nem defender-vos de qualquer golpe.’
Webb Miller, o conhecido correspondente da United Press que morreu na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial, encontrava-se no local, e descreveu o acontecimento, primeiro em telegramas, depois em seu livro I found no Peace. Manilal Gandhi, o segundo filho do Mahatma, avançou a frente dos excursionistas, e aproximou-se das grandes panelas de sal, que estavam rodeadas por fossos e por cercas de arame farpado, além de estarem guardadas por quatrocentos policiais de Surat, sob o comando de seis oficiais britânicos. ‘Em completo silêncio’, escreve Miller, ‘os homens de Gandhi seguiram avante e pararam acerca de uns cem metros da paliçada. Uma coluna, composta de elementos escolhidos, se separou da multidão, atravessou os fossos e aproximou-se das cercas de arame farpado’. Os oficiais ordenaram-lhes que se retirassem, mas a coluna continuou a marchar para a frente. ‘De súbito’, continua Miller, ‘a uma voz de comando, dezenas de policiais nativos correram contra os peregrinos, que avançavam, e vibraram golpes contra suas cabeças, com seus cassetetes de aço. Não houve um só dentre os que marchavam que erguesse a mão para aparar qualquer golpe. Os que tombavam faziam-no como boliches. Do ponto em que me encontrava, eu ouvia o impressionante baque dos cassetetes contra os crânios desprotegidos. O grupo de peregrinos que ficara à espera gemia e soluçava, contendo a respiração, em sofredora complacência, a cada golpe vibrado. Os atingidos caíam no chão, inconscientes, ou contorcendo-se, com o crânio fraturado, ou com os ombros quebrados... Os sobreviventes, sem desfazer a fila, silenciosos e tenazes, prosseguiam marchando, até serem por sua vez abatidos’. Quando a primeira coluna foi prostrada ao solo, outra avançou. ‘Embora todos soubessem’, escreveu Webb Miller, ‘que dentro de poucos minutos seriam espancados e abatidos, e talvez mortos, não consegui perceber neles qualquer sinal de hesitação ou medo. Todos marchavam com firmeza, de cabeça erguida, sem o encorajamento de música, nem de aclamações, e também sem a possibilidade de sequer saírem ilesos de ferimentos ou da morte. A polícia correu de encontro a segunda coluna, e metódica e mecanicamente abateu-a também. Não houve luta, não houve combate, os peregrinos simplesmente marchavam para a frente, até serem abatidos’. Outro grupo de vinte e cinco elementos, avançou e sentou-se. ‘A polícia’, ao que Miller testemunha, ‘começou a dar pontapés, selvagemente, nos homens sentados, atingindo-os no abdome e nos testículos’. Outra coluna se apresentou. Enfurecida, a polícia arrastou seus componentes pelos braços e pés, e atirou-os aos fossos. ‘Um deles foi arrastado para o fosso que eu me encontrava’, registou Miller. ‘O baque de seu corpo me borrifou água lamacenta. Outro policial arrastou um homem de Gandhi até o fosso, lançou-o dentro dele, e martelou-lhe a cabeça com seu cassetete. Depois durante horas e horas, os padioleiros transportaram uma corrente de homens inertes, a verter sangue’. (...) As incursões e os espancamentos continuaram por vários dias”.
Pag. 148 a 150

Quando eu ouvia falar dos ideais de Gandhi da não violência eu achava muito interessante, mas eu não havia parado para pensar em situações como essa. Não só os protestos não eram violentos, como as pessoas não podiam se defender, e isso eu já acho horrível.
Ainda sobre autocontrole e castidade:
“Durante os últimos anos de sua vida, e contras os protestos de seus discípulos masculinos, Gandhi se emprenhou num doce teste de autocontrole, dormindo publicamente, na mesma cama, com uma ou outra de suas devotas assistentes”.

Fico me perguntando o que se passava na cabeça dele. Como ele achava que as pessoas viam isso? Será que essas coisas, realmente, faziam sentido na cabeça dele?

Outra coisa, digamos, muito característica de Gandhi, eram os jejuns que ele fazia por tudo. Jejum quando ele pecava, quando outras pessoas pecavam, quando os seus seguidores não faziam o que ele queria, quando o governo não fazia o que ele queria... Em mais de duas vezes no livro, foram citados momentos em que ele disse que jejuaria até a morte se determinada coisa não fosse resolvida.
Chegou uma altura da vida dele que, apesar de ele falar que ele queria viver até os 125 anos, na verdade ele queria morrer. Quando as coisas começaram a piorar entre hindus e muçulmanos, e por várias vezes ocorreram agressões contra ele, ele continuava a se recusar a ter um segurança. Além de não querer um segurança ele se recusava a permitir que seus seguidores fossem revistados antes de se aproximar dele, para evitar alguém mal-intencionado. Em consequência da situação da Índia e da sua falta de cuidado, morreu com três tiros, pelas mãos de um homem que se passou por um de seus seguidores.


Finalizando. Não da para negar que, quando olhamos para história, Gandhi fez muito pelo seu país, ele realmente fez a diferença. Mas quando paramos para analisar a sua vida, vemos que algumas das coisas que ele pregava não era assim tão boa.
Conforme eu lia a Biografia dele, eu só conseguia imaginar um cara muito insuportável, que queria de qualquer forma se tornar um mártir. Ele usava seus jejuns como forma de pressão o tempo todo. Falou várias vezes que jejuaria até a morte para pressionar que concordassem com ele (claro que ele nunca usou essas palavras). Então ele teve um papel importante pra história da Índia, mas toda essa coisa de praticamente santificar Gandhi é absurda.

Quanto a essa edição, eu achei ela um pouco mais cansativa de ler do que a Autobiografia do Gandhi. Os capítulos são mais longos e como eu já estava ficando irritada com a história, isso fez com que a leitura ficasse mais pesada. A diagramação é apertadinha e as letras um pouco menores. Mas mesmo com os defeitos ainda é um dos livros favoritos da estante, não pela história (infelizmente), mas por ser um livro bem antigo.
Ainda tem mais um livro sobre Gandhi para trazer para o Blog. Mas dessa vez é sobre palestras de um de seus mais famosos seguidores. E também pretendo assistir ao filme baseado nesse livro.
Até mais.


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Título: Kafka e a Marca do Corvo - Romande Sobre a Vida e o Tempo de Franz Kafka
Autor: Jeanette Rozsas
Editora: Geração Editorial



Acho que só fui ouvir falar de Franz Kafka na faculdade (pelo menos que eu me lembre). No primeiro semestre, a professora de Teoria Geral do Direito indicou para a sala o livro "O Processo". Sabe como são alunos no primeiro semestre de faculdade, compram todos os livros e mal lêem metade deles. E foi mais ou menos esse o caso. Eu ainda cheguei a começar a leitura do livro, mas quase me matou de tédio e eu desisti.
Após o término dessa biografia romanceada que vou falar hoje, eu dei mais uma chance ao O Processo e posso já dizer que a minha experiência está sendo diferente. Como já reparei em vários outros momentos, eu mudei muito de lá pra cá. Evolui bastante e confesso que estou orgulhosa. Mas esse não é o assunto desse post.

Encontrei essa biografia romanceada do Kafka em uma daquelas máquinas de livros do metrô, e confesso que acho que não paguei nem R$5,00. O que ao mesmo tempo posso dizer que foi uma coisa boa, também foi ruim. Digo isso porque paguei barato em um livro que eu adorei, mas ao mesmo tempo vi que ele estava ali simplesmente para não ser descartado, sabe?! Bom, quem passou, olhou esse livro e comprou, certeza que não se arrependeu.
O livro conta um pouco da vida de Franz Kafka, mas de uma forma diferente. Diferente da Biografia do Gandhi, que foi mais séria, essa foi mais leve, apesar de uma história bem triste, e cheia de sentimentos.
Ao escrever essa Biografia romantizada, a autora baseou as descrições, sensações e os diálogos nas cartas e nos diários escritos por Franz. Tudo isso para ser o mais fiel possível. No livro entendemos um pouco mais do processo de escrita do maravilhoso Franz. Descobrimos que cada livro, por mais fantasioso que eles possam parecer, se baseiam em momentos de sua vida. O Processo, por exemplo é a respeito de como ele se sentia com seu pai, Carta ao Pai, é realmente uma carta ao seu pai, apesar de nunca ter chego as suas mãos.
Franz desde muito novo não se dava muito bem com o pai. Ele nunca correspondeu as suas expectativas e isso deixava ambos bem frustrados. Franz, queria enfrentar o pai, que era cruel com ele, mas nunca conseguia. Toda essa crueldade do pai com Franz começou bem cedo. Quando ele tinha em torno de 4 anos, Franz acordou com sede no meio da noite e começou a chamar a sua mãe de seu quarto, pedindo um copo de água. Seu pai ficou bravo e pediu, mais de uma vez, que ele se calasse. Como Franz não obedeceu, o pai foi até seu quarto, o tirou da cama e o trancou do lado de fora do terraço no frio. Depois de muito chorar seu pai o tirou de lá e ele ficou calado em sua cama. Entre outras coisas, seu pai falava-lhe que iria picá-lo como um peixe.
Além do relacionamento de Franz com o pai e o caminho de seus escritos, o livro fala de seus relacionamentos amorosos sempre conturbados e de sua sempre presente doença.

O livro é escrito de uma forma tão leve que mal acreditei que já tinha lido tudo quando acabei. É um livro curtinho (menos de 200 páginas) e apaixonante. Nele, têm várias fotos de Franz e de sua família, além de seus amores e amigos mais próximos. Acho que isso deixa o livro mais pessoal, não acham?!
Esse livro me fez ficar muito curiosa em ler todos os livros do Kafka que eu encontrar. Me entristece um pouco saber que muitos dos seus escritos foram queimados pelos nazistas. Se bem que se a vontade de Franz Kafka tivesse sido seguida, todos os seus escritos estariam destruídos, como ele colocou em seu testamento.

Bom, é um livro curto, mas conquistador. Mesmo se você não é daqueles que gosta de ler biografias esse livro tem uma grande chance de agradar. Eu, com certeza, indico
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Edgar Allan Poe, talvez seja o primeiro escritor de mistério/terror que eu tenha lido na minha vida, e já logo gostei.
Confesso que fazia muito tempo que eu não lia nada dele, que já tinha até esquecido como ele montava as histórias dele. Mas continuo sendo apaixonada pelos escritos dele.

O primeiro conto do livro "Antologia de Contos Extraordinários" é "A Queda da Casa de Usher", que vamos falar hoje. Esse conto é um pouco mais longo, pelo que notei, dos outros presentes no livro.

A queda da casa de Usher, fala dobre o convite a estadia do narrador (a quem não é dado um nome) na casa de Roderick Usher.
Ele recebeu uma carta de Usher, explicando que estava sofrendo de uma enfermidade física aguda, de um transtorno mental que o oprimia, e que nada lhe traria mais satisfação do que ver seu único e melhor amigo novamente. Apesar de grande estranheza, o narrador vai visitar o antigo amigo, que não via desde que ambos eram muito novos.
Ao chegar lá ele tem uma primeira impressão muito ruim da casa. O conto traz da seguinte forma:

Ao primeiro olhar lançado a construção, uma sensação de insuportável tristeza me invadiu o espírito. Digo insuportável, pois aquele sentimento não era atenuado por essa emoção meio agradável, meio poética, com que a nossa mente recebe, em geral, mesmo as imagens naturais mais severas da desolação e do terrível.

Minha imaginação trabalhara tanto, que me parecia haver realmente, em torno da mansão e de suas adjacências, uma atmosfera peculiar, que nada tinha em comum com o ar dos céus, mas que emanava das árvores apodrecidas, das paredes cinzentas e do lago silencioso - um vapor pestilento e místico, opaco, pesado, mal discernível, cor de chumbo.


Na verdade em muitos momentos são dados detalhes da casa, e do seu cômodo. Inclusive sabemos que a casa é conhecida como "A Casa de Usher, porque nunca vieram muitos deles a estar vivos ao mesmo tempo. Nesse momentos só existiam Roderick Usher e sua irmã Lady Madeline; que também estava sofrendo de uma doença da qual não tinha esperança. No conto, temos os últimos dias que o narrador passou com Roderick antes da queda da casa de Usher, com direito até a letra de uma música improvisada pelo anfitrião.

Como um bom conto de Edgar Allan Poe, temos um final surpreendente, pra ficar assustado e de boca aberta. Pelo menos eu fiquei. A única coisa que me chateou um pouco nesse conto (mas isso parece uma marca nas histórias de Poe), é que o conto poderia continuar mais um pouco. Ele sempre coloca aquele final que ninguém espera, com aquele gosto de "Não, não pode acabar ainda!". Mas mesmo assim é um conto muito bom.

Não da pra falar muito sobre a história, porque apesar de ser um conto mais longo, ainda assim é um conto. O risco de dar spolier é bem grande. Mas posso dizer que é um conto muito bom, que vale muito a pena ler. E se você é daqueles que consegue visualizar tudo direitinho que o narrador está descrevendo, você vai viajar.

Apesar de ter gostado muito desse conto, não posso dizer que é meu conto favorito do Poe, mas ainda assim é leitura boa na certa. Super indico.

Me contem depois o que acharam.

Classificação: ✩✩✩✩

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A Maldição da Residência Hill, é uma série original da Netflix, que já está prometendo uma segunda temporada.
Pelo que eu entendi, ela será no estilo American Horror Story, com cada temporada contando uma história diferente, apenas mantendo os (ou alguns dos) atores.

Nessa temporada a família Crain, compra a Residêcia Hill, para morar lá por alguns meses enquanto o pai reforma a casa, para depois eles comprarem e se mudarem para a "Forever House". A família é composta pelos pais, Hugh Crain e Olivia Crain, e 5 filhos, Steven, Shirley, Theodora e os gêmios Eleonor e Luke.

A Residência Hill é assombrada (não me diga rs), pelas pessoas que morreram nela, e não demora para que as crianças comecem a sentir isso, vendo pessoas e escutando barulhos estranhos.

Falando assim, parece um grande clichê. Mas a verdade é que a série consegue pegar esse gênero de casa assombrada que a gente está acostumado e fazer algo diferente. O tempo presente dos episódios é a família fora da casa, então todos os episódios são uma mistura entre o presente fora da casa e o passado na casa, e aos poucos o que os foi levando a voltar para lá.

Já escrevo falando que vou assistir a série novamente. Depois de terminar eu fui procurar imagens dos fantasmas na internet e nessas imagens vi vários fantasmas que não estão em plano principal na tela, então você não presta atenção. Às vezes você está tão focado na cena, que nem percebe os fantasmas pelos cantos.

A série é muito boa, muito boa mesmo. E indico pra todos que gostam do gênero, e também para aquelas pessoas que se decepcionaram com os comuns clichês desse tipo de filme. Porque na minha opinião essa série pode conquistá-los de volta.

Vou deixar umas imagens dos fantasmas discretos. rs
Acredite, apesar de em algumas fotos parecer bem claro que existe um fantasma nas imagens, quando estamos assistindo a série fica difícil perceber.







Classificação: ✩✩✩✩✩
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Nunca tinha ouvido falar desse livro, e nem do filme que descobri mais tarde que existia.
Mas está na lista dos melhores livros que já li na minha vida.

Esse livro na verdade é uma autobiografia dos anos que Joseph Joffo passou fugindo, com sua família dos nazistas, por serem judeus.
A maior parte do livro se trata da fuga dele e do irmão Maurice, mas em alguns pontos temos novos reencontros com a sua família.

Quando os irmãos começaram a fugir, Joseph tinha 10 anos e Maurice 12. E já tão cedo tiveram que entender as dificuldades da vida e tentar entender um preconceito que até hoje permanece inexplicável. 
Até o momento daquelas estrelas douradas serem obrigatoriamente colocadas em seus casacos, eles era crianças francesas normais. Mas chegando a estrela tudo mudou. 
Já no primeiro dia em que eles têm que usar a estrela dourada para ir para a escola, um grupo de crianças se junta para bater em ambos os irmãos.
Foi aí que seus pais perceberam que estava na hora dos dois meninos fugirem, ou logo seria tarde demais.

Uma parte que acho que vale a pena compartilhar logo do começo que é interessante e tocante, quando o pai deles está explicando como serão as coisas daqui em diante é a seguinte:


- Finalmente vocês precisam saber de uma coisa. Vocês são judeus, mas nunca admitam isso. Entenderam?NUNCA!
Ambos fazemos que sim com a cabeça.
- Não dirão nem mesmo para o melhor amigo de vocês, não sussurrarão isso em voz baixa, negarão para sempre. Entenderam bem? Sempre negarão. Joseph, venha cá.
Levanto e me aproximo, embora não o veja.
- Você é judeu, Joseph?
- Não.
Sua mão estalou com toda força na minha cara. Nunca tinha batido em mim antes.
- Não minta! Você é judeu, Joseph?
- Não!
Tinha gritado sem me dar conta, um grito definitivo, firme.
Meu pai se levantou.
- É isso. Acho que eu disse tudo que eu tinha pra dizer. Está tudo claro agora.
Sentia o meu rosto arder, mas tinha uma pergunta que não queria calar, desde o começo da conversa. Precisava de uma resposta:
- Pai, eu queria saber: o que é um judeu?

Ter o Joseph perguntado isso pro pai, me tocou bastante e chamou minha atenção. Ele sabia que ele tinha que fugir, ele sabia que ele era odiado pelo que ele era, mas ele sequer sabia o que significava ser o que ele era.
Em alguns outros momentos do livro, mesmo já estando fugindo dos nazistas ele continua sem entender, e não importa quanta vezes eu leia isso, é uma coisa que sempre corta meu coração. Temos isso, numa outra passagem, onde eles são pegos por um soldado da Gestapo:

Não consigo entender a violência daquele soldado. Seus empurrões bruscos, a metralhadora apontada, seus olhos, principalmente... Parecia que o sonho da sua vida seria me enterrar na parede: por que isso?
Sou inimigo dele?
Nunca nos vimos, não fiz nada para ele, e ele quer me matar.

O livro é cheio de passagens interessantes e marcantes. Não existe um momento nesse livro em que a história fique chata ou desinteressante.
É um livro tão lindo que nada do que eu falar aqui vai fazer jus a ele. Esse é um livro que eu, com toda certeza do mundo, vou ler mais uma vez futuramente.

Inclusive, não vejo a hora de ver as duas adaptações desse livro. A primeira de 1975 (que aparentemente não agradou muito ao Joseph, mas eu sou curiosa) e a outra de 2017. Assim que eu assisti-los eu venho aqui contar o que eu achei.

Estou inclusive, curiosa para ler os outros livros escritos pelo Joseph. Vou tratar de procurar logo mais.

Pra finalizar:

Indico demais esse livro, e como disse, com certeza é um dos meus livros favoritos. Tocante, marcante e lindo.

Só uma notícia triste: Joseph Joffo faleceu no final do ano passado em 06 de dezembro de 2018, aos seus 87 anos. Uma perda, mas passou pra nos deixar histórias lindas! CONHEÇAM!!!

Se vocês já leram esse livro, me contem o que acharam, porque pra mim ele é inesquecível!

Classificação: ✩✩✩✩✩



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Poliana é uma menina filha de um pastor que por viverem de doações à igreja tiveram de aprender a viver apenas com o necessário. A mãe de Poliana vinha de uma família rica, mas ao se decidir casar com o pastor, escolheu diminuir o seu status.
Tendo a mãe e os irmão falecido Poliana ficou apenas com o pai, até que ele também veio a falecer.
Com o falecimento do pai, Poliana passa a morar com uma tia, bem conhecida por ser uma pessoa fria e extrema seguidora de regras. Sendo Poliana uma menina extremamente feliz e cheia de vida, a convivência entre as duas é bem difícil no começo. Entre outras coisas a tia não aceitava que a irmã tivesse se casado com um pastor pobre quando ela tinha um partido bem melhor.

Devido a sua infância pobre, Poliana e o pai tinham um jogo chamado Jogo do Contente. Esse jogo consistia em ficar contente, com qualquer coisa por mais que as circunstâncias sejam ruins.
O que deu início ao jogo, foi um acontecimento no aniversário de Poliana. Ela estava esperando que no meio das doações da igreja ela ganhasse uma boneca, mas ao invés disso ela ganhou muletinhas.
No primeiro momento Poliana ficou muito triste, o que ia fazer com essas muletiihas. Mas aí seu pai, dando inicio ao jogo, tentou fazer Poliana ver o lado bom disso. Veja só, ela não ganhou a boneca, mas tinha que ficar contente mesmo tendo ganhado muletinhas. Contente de não precisar de muletinhas.

A partir daí ambos tentaram aplicar o jogo do contente toda vez que alguma coisa não ocorria conforme o planejado.

Ao se mudar para a casa da tia, Poliana ensinou para todos que podia o jogo do contente, mudando a vida de muitas pessoas.

Porém um acontecimento faz com que Poliana passe a ter dificuldades em jogar o jogo criado pelo pai. E é aí que a sua tia tão fria, consegue ver a diferença que a menina fez na vida de todos. Pessoas de todas os cantos da cidade contam como o Jogo do Contente mudou suas vidas, melhorando vários aspectos destas.


Esse é um livro tão fofinho. É claro que é um livro mais para crianças e pré-adolescentes, mas é lindo. Acho que foi o livro que me fez apaixonar pela leitura, e com certeza foi o primeiro livro que me emocionou. Ele te ensina a tentar ser grato mesmo pelas mínimas coisas que você tem. A dar valor ao que se tem e não a ficar invejando aquilo que não tem ou não pode ter.
É uma lição de vida em forma de livro infantil. Lembro bem como me impactou quando eu era criança, tanto que quis reler o livro depois de adulta.

Se você já não faz mais parte do grupo crianças ou pré-adolescentes, não faz mal. Leia o livro ainda assim. É uma leitura fofinha e rápida. Não dói nada, juro. :)

Vou começar a ler o "Poliana Moça", e logo trago pra vocês também.

Ah, a foto do post é com a capa que li na minha infância, do livro da biblioteca da escola. A releitura foi feita no Kindle. :)

Classificação: ✩✩✩✩✩

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About me

Sou formada em Direito, concurseira e leitora.
Apaixonada por Star Wars e Stephen King por culpa da minha mãe. Apaixonada por leitura e livros antigos por causa do meu avô.
Resolvi compartilhar o que leio para eternizar os sentimentos que esses livros me trazem.

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